domingo, 31 de maio de 2009

Chris Claremont de volta aos X-Men

Dezoito anos depois de deixar o título mais rentável da Marvel, o responsável por um dos melhores períodos dos heróis mutantes nos quadrinhos está de volta ao grupo que o consagrou.

Neste mês, chega às bancas americanas X-Men: Forever #1, com histórias escritas por Chris Claremont e arte de Tom Grummett. ´

O retorno vai funcionar como uma viagem no tempo. Isso mesmo: Claremont vai retomar a cronologia dos X-Men no ponto em que a deixou, em 1991.

Ao que tudo indica, não se trata de um “One More Day” mutante, já que o grupo continua com suas revistas de linha atuais. E nem será uma linha temporária alternativa, pois Claremont fez questão de deixar claro em entrevistas que as histórias de X-Men: Forever se passam em 2009!

Se por um lado a Marvel está dando um nó na já confusa cronologia mutante, por outro é uma chance de os leitores daquela época apagarem, por sua conta, tudo de errado que aconteceu com os X-Men em quase duas décadas.

E que ponto é esse que Claremont vai retomar? O último acontecimento foi a suposta morte de Magneto no Asteróide M causada por seu Acólito Fabien Cortez. X-Men: Forever começa com os X-Men saindo na captura de Cortez com Nick Fury e a SHIELD na cola deles, uma vez que o conflito entre humanos e mutantes chegou a um ponto insuportável.

Pelo preview divulgado esta semana pela Marvel, é possível notar que aquele clima de início dos anos 90 está de volta, seja no estilo dos desenhos, na formação da equipe e em seus uniformes.

Claremont também cometeu seus erros nos últimos anos e talvez esse X-Men: Forever seja uma forma de redimir tanto o criador quanto seus personagens. Quando este material chegar por aqui, se chegar, poderemos conferir se tudo não passou de uma boa, porém confusa, intenção.

sábado, 30 de maio de 2009

A história de Obama em mangá

Faz poucos dias, divulguei aqui uma nova minissérie da IDW com a participação do presidente norte-americano nos quadrinhos.

Agora, chega mais uma notícia. A Dasan Productions está lançando The Obama Story: The Boy with the Biggest Dream, uma biografia de Barack Obama em quadrinhos. O livro, com 96 páginas, é destinado a crianças entre 8 e 12 e foi escrito e desenhado por T.S. Lee.

Para quem quiser acompanhar, o blog PressingDigressions está postando uma página virtual do livro por dia.

The Obama Story: The Boy with the Biggest Dream pode ser encontrado no site da Amazon a US$ 11,66, com desconto.

É compreensível que todo mundo queira pegar carona na popularidade do presidente, mas o fato é que sua presença nos quadrinhos já está beirando a exaustão. Vamos ver até onde isso vai chegar...

Mundo dos Super-Heróis na corrida pelo HQMix


Em dois anos de existência, a revista Mundo dos Super-Heróis faturou dois prêmios HQMix na sua categoria.

Com as mudanças implementadas pelos organizadores da premiação neste ano, a disputa ficou ainda mais apertada devido à unificação de várias categorias numa só, “Melhor Mídia sobre Quadrinhos”.

Para ajudar os jurados a conhecer o conteúdo da revista e ajudá-los no processo de votação, a Editora Europa disponibilizou o conteúdo digital de todas edições da Mundo dos Super-Heróis publicadas em 2008.

Claro que os novos leitores também podem usufruir desta facilidade.

O conteúdo ficará disponível até o dia 7 de junho. Confira nos links abaixo:

Edição 8: Janeiro/Fevereiro

Edição 9: Março/Abril

Edição 10: Maio/Junho

Edição 11: Julho/Agosto

Edição 12: Setembro/Outubro

Edição 13: Novembro/Dezembro

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Luluzinha cresceu

A famosa personagem dos quadrinhos, que acompanhou a infância de muita gente, vai passar por uma forte reformulação a partir de junho. A exemplo do que aconteceu com a Turma da Mônica Jovem há pouco menos de um ano, a Pixel vai lançar a revista Luluzinha Teen e Sua Turma.

A miolo será preto e branco e o estilo, mangá. Só por aí já dá para ver que as referências aos personagens de Maurício de Sousa são óbvias e a voracidade, idem. Segundo o jornal Valor Econômico de hoje, o primeiro número da nova publicação sai com uma tiragem de 100 mil exemplares, um número superestimado para o mercado brasileiro.

A ousadia pode dar certo. Muita gente torceu o nariz para a Turma da Mônica Jovem, mas a verdade é que o título se tornou o mais recente fenômeno de vendas de uma HQ nacional.

Luluzinha Teen e Sua Turma – que também trará versões adolescentes de Bolinha, Glorinha, Alvinho e Aninha – é uma invenção “made in Brazil”.

A Ediouro, dona da Pixel, conseguiu autorização com a Random House, que detém os direitos do personagem, e chamou um time brasileiro para a empreitada. O roteiro será de Renato Fagundes; a arte, ainda não foi divulgada, só se sabe que a direção está a cargo da Labareda Design.

Haverá interação com os leitores por meio de Orkut, Twitter e um blog, que começa a ser atualizado a partir do próximo dia 5.

Tanto quanto a mudança de uma personagem clássica, chama atenção o novo reposicionamento da Pixel, que até ser comprada pela Ediouro publicava a linha de quadrinhos adultos da DC Comics.

Bat-Mirim no desenho do Batman

Eu não quero cansar meus (poucos) leitores lembrando toda semana o quanto o desenho animado The Brave and The Bold é legal, cheio de referências, blá-blá-blá...

Então, vamos ao resumo do episódio que vai ao ar esta noite pelo Cartoon Network americano: Legends of the Dark Mite!

Como o próprio título dá a entender, o convidado desta semana é o famigerado Bat-Mirim, o maior e mais atrapalhado fã de Batman de outra dimensão, que vem ao nosso mundo ajudar seu ídolo a se tornar um “herói melhor”.

A sequência abaixo é uma hilária sátira aos vários uniformes com que o Homem-Morcego já foi visto: da minissérie Chuva Rubra à obra-prima Cavaleiro das Trevas, passando pelo visual nos cinemas (com uma menção especial aos “peitinhos” da fase Joel Schumacher).

Uma curiosidade: Bat-Mirim é dublado por Paul Reubens, famoso por seu personagem de humor Pee-Wee Herman. Bat-Mirim estreou nos quadrinhos na revista Detective Comics 267, de maio de 1959.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Mais um livro distribuído indevidamente nas escolas de São Paulo

Há algo muito errado acontecendo na Secretaria de Educação do Estado...

A notícia só interessa aos leitores deste blog por sua relação com a polêmica de Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol, já que a bola da vez é o livro Poesia do Dia-Poetas de Hoje para Leitores de Agora.

Matéira publicada hoje no jornal Folha de São Paulo (link disponível apenas para assinantes do Uol e da Folha), assinada pelo repórter Fábio Takahashi, dá conta que mais um livro foi distribuído indevidamente a crianças da terceira série do ensino fundamental das escolas públicas de São Paulo.

Da mesma forma que em “Dez na Área...”, o problema, obviamente, não está no conteúdo, voltado para adolescentes de 13 anos, e sim na inadequação à faixa etária (crianças por volta de 9 anos).

Em menos de dez dias, é a segunda ocorrência denunciada pelo mesmo jornal (não estou contabilizando o livro de geografia que trazia dois “Paraguais” porque é um caso de erro de impressão e não de avaliação do conteúdo).

Um dos poemas de Poesia do Dia-Poetas de Hoje para Leitores de Agora, "Manual de Auto-Ajuda para Supervilões", emprega, ironicamente, passagens como "Tome drogas, pois é sempre aconselhável ver o panorama do alto" e "Odeie. Assim, por esporte".

"Não é para crianças de nove anos. São várias ironias, que elas não entendem", disse o autor do poema, Joca Reiners Terron, à Folha.

Ao contrário de Dez na Área..., os 1.333 exemplares de Poesias do Dia... não serão recolhidos, apenas retirados das salas de aula e mantidos para consulta por alunos mais velhos.

A diretora da fundação da Secretaria de Educação responsável pela compra, Claudia Aratangy, diz que o programa de distribuição de livros pelo governo estadual “precisa de ajustes”. "Foi feita análise, mas algumas coisas passaram", declarou.

Sei...

Será que, de novo, o governador José Serra vai dizer que o livro é “um horror” ou admitir que horríveis são os critérios de seleção da sua secretaria?

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Especial de Wolverine dá brinde

No mês de estreia do filme X-Men Origins: Wolverine, a Panini está lançando uma série de especiais do personagem.

Wolverine: Logan, que chega às bancas esta semana, vem com um mimo para os fãs: uma réplica da famosa plaqueta de identificação do exército.

Feita em metal, é semelhante à que o personagem traz pendurada no pescoço nos quadrinhos e no cinema.

A HQ, publicada originalmente como uma minissérie em três edições no ano passado, foi escrita por Brian K. Vaughan (Os Leões de Bagdá) com arte de Eduardo Risso (100 Balas). A versão brasileira sai em edição única de 76 páginas e custa R$ 10,90.

A história é ambientada no Japão em duas linhas narrativas: uma durante a 2a Guerra Mundial, quando Logan lutou ao lado dos Aliados, e outra que mostra as consequências de decisões tomadas naquela época no presente.

Obama detona zumbis

O presidente norte-americano continua figurando entre os lançamentos de quadrinhos nos Estados Unidos.

Depois de elevar a venda da revista do Homem-Aranha às alturas, figurar em histórias de Savage Dragon e Youngblood, viver um bárbaro e resistir a um ataque alienígena, Barack Obama tem agora sua aventura mais bizarra.

Em agosto, a IDW lança a primeira parte (de quatro) da minissérie Army of Darkness – Ash Saves Obama, escrita por Elliot Serrano com arte de Ariel Padilha.

Segundo Serrano, a história começa quando Obama viaja a Detroit para a inauguração da fábrica de um “carro ecológico”. O compromisso oficial coincide com a realização da Detroit City Comic Com e o presidente decide aproveitar o ensejo para visitar a convenção de quadrinhos.

Por coincidência, o atrapalhado caçador de zumbis Ashley Williams está no mesmo local e, para piorar as coisas, uma versão em quadrinhos do profano livro Necomomicon – aquele que invoca os mortos - está passando de mão em mão na convenção. Claro que uma coisa dessas não pode acabar bem...

O argumento parece bom e Ash Williams sempre consegue garantir algumas risadas. Vou tentar conseguir essa mini para comentar aqui mais para frente.

Tiras retomam cronologia do Homem-Aranha

No início do ano, o último refúgio dos fãs do Homem-Aranha caiu: as tiras de jornal que publicam as histórias do herói aderiram aos arcos One More Day e Brand New Day e apagaram parte de seu passado.

Nessa mídia, não houve pacto com demônio nem nada parecido: Peter Parker simplesmente acordou num belo dia na casa de sua Tia May, adolescente e solteiro.

Menos de seis meses depois, os editores das tiras voltaram atrás. Na edição dos jornais do dia 24, Peter simplesmente acorda com Mary Jane saindo do banho. Tudo voltou ao normal! A mensagem no último quadro não deixa dúvidas: “Você adivinhou. Nós decidimos ceder às suas cartas e casar Peter e Mary Jane novamente!”.

A tira publicada no dia seguinte, 25, parece confirmar a retomada da cronologia:

Agora, é esperar para ver se, como Peter Parker diz, isto não é um sonho...

terça-feira, 26 de maio de 2009

Hasbro comemora 25 anos de G.I. Joe - A Real American Hero

A líder mundial em produtos para entretenimento começa a mostrar a força de sua representação no Brasil. A suntuosidade do seu estande na mais recente edição da Feira Nacional de Brinquedos (Abrin), em abril, mostrou que a multinacional não está para brincadeira (com o perdão do trocadilho!)

Para comemorar os 25 anos da série G.I. Joe – que, a rigor, aconteceu há dois anos – e antecipando a estreia do filme G.I. Joe: The Rise of Cobra, em agosto, a Hasbro está lançando uma série especial do aniversário com os clássicos personagens Duke, Snake Eyes, Scarlett, Cobra Commander, Destro e Storm Shadow.

São duas linhas: uma bonecos articulados de 3,75 polegadas de altura, com acessórios (preço sugerido de R$ 39,99), e outra com os veículos clássicos (R$ 119,99, acompanha um boneco).

A série G.I. Joe data de 1964 e foi responsável pelo surgimento do termo “figura de ação” (action figure). Eram os bonecos articulados de 12 polegadas, que chegaram ao Brasil somente 20 anos depois por meio da Brinquedos Estrela com o nome Falcon.

Em 1982, a Hasbro incrementou a coleção com mais personagens e acessórios, e a relançou com o formato 3,75 polegadas. Nos Estados Unidos, ela foi chamada de G.I. Joe – A Real American Hero; por aqui - também pela Estrela e também em 1984 - chegou com o nome de Comandos em Ação.

É a esta série que a Hasbro se refere quando lança sua edição comemorativa.

Por meio do amigo e editor do blog Sala de Justiça, Éder Pegoraro, fiquei sabendo que a loja Taverna do Ogro Encantado, em São Paulo, promove encontros mensais com os colecionadores de G.I. Joe. O próximo está marcado para o dia 21 de junho. Vale a pena conferir.

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Maurício do Sousa lança "Games na Real"

A série se destina a desenvolver o espírito crítico das crianças na relação com quadrinhos, desenhos animados e, especialmente, videogames, e virá encartada a partir deste mês (edição 29) na revista Turma da Mônica – Uma Aventura no Parque da Mônica.

Para isso, os autores inventaram uma história em que os personagens dos jogos invadem o mundo real e se rebelam contra as ordens de seus “manipuladores”. As primeiras vítimas, claro, são Cebolinha e Cascão.

A ideia por trás de Games na Real é usar a linguagem dos quadrinhos para provocar uma reflexão nas crianças sobre a compulsão pelos jogos e a banalização da violência que muitos deles propagam.

Parece uma iniciativa boa. O uso da linguagem dos quadrinhos e o forte apelo dos personagens de Maurício de Sousa são ideais para contribuir, da forma que for, para a educação das crianças.

5 Perguntas para Fernando dos Santos, editor do FERCOM!

Fernando dos Santos criou com os amigos o grupo Nossa Visão Quadrinhos há mais de dez anos. O fanzine homônimo lançado naquela época não vingou, mas o grupo continua na ativa até hoje e vem tocando um projeto de inclusão social, o Humor em Quadrinhos.

Com financiamento do programa VAI, da Prefeitura de São Paulo, o Humor em Quadrinhos realiza oficinas de HQ com jovens de regiões carentes e já gerou uma revista de estreia com distribuição gratuita.

Fernando é também editor do fanzine FERCOM!, que está na quinta edição. É ele quem responde as 5 Perguntas do Papo de Quadrinho desta semana:

1) Muito tem se falado, atualmente, da importância dos quadrinhos como ferramenta de educação. Você acredita que eles também podem se reverter numa ferramenta de inclusão social? De que forma?

Acredito que sim. Histórias em Quadrinhos, além um forma de expressão artística, são também uma forma de comunicação. Através da linguagem dos quadrinhos, é possível incentivar jovens autores a retratar seus pontos de vista do cotidiano, apontar problemas e soluções, críticas e comemorações, e compartilhar essas informações com a população. São centenas de possibilidades.

2) O que mais chamou sua atenção, com relação aos jovens e crianças, no desenvolvimento das oficinas do projeto Humor em Quadrinhos?
Ffoi o fato de haver muitos talentos escondidos que precisavam de uma chance para se mostrar. É só dar uma olhada na nossa edição especial. Nenhuma daquelas pessoas produziu HQs antes desse projeto e o resultado ficou muito bom de certa forma. Fico imaginando o potencial desperdiçado por falta de incentivos e políticas publicas eficazes.

3) Como vocês conseguiram o apoio do VAI, da Prefeitura de São Paulo? Tiveram algum tipo de assessoria jurídica? Qual o “caminho das pedras” para quem estiver interessado em buscar esse tipo de incentivo?
Tomamos conhecimento do programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) da Secretaria Municipal de Cultura no final de 2007. Trata-se de uma lei municipal que patrocina projetos culturais de diversas categorias em varias regiões de São Paulo. Quem quiser, pode participar de uma espécie de curso, que a SMC oferece para ajudar os interessados a desenvolverem e redigirem seus projetos. Depois das inscrições, que geralmente ocorrem no inicio de cada ano, uma comissão designada pela SMC avalia os projetos e seleciona os mais relevantes. É possível obter mais informações no portal da Prefeitura de SP; é só procurar o link do VAI.

4) Os subsídios públicos limitam-se à etapa de produção de HQs, mas um dos maiores gargalos da produção independente é a distribuição. Você acredita que poderia haver mais incentivo nesta área também?
A questão da distribuição é muito complicada. Até aonde sei, esses subsídios não cobrem as etapas de logística relacionadas aos projetos que são contemplados, talvez porque os subsídios públicos aos quadrinhos sejam relativamente recentes e o item da “distribuição” ainda não foi analisada como se deveria. Quem sabe seja o caso das associações que representam os profissionais do ramo, como a AQC ou a ACB, sugerirem melhorias aos projetos de lei que atendem produções de quadrinhos.

5) Quais são os projetos atuais e em andamento do grupo Nossa Visão?
Acabamos de ser novamente contemplados pelo VAI, e iremos realizar uma nova oficina de HQs com esse recurso, além de produzir novas publicações de quadrinhos com trabalhos dos autores do projeto Humor em Quadrinhos.

Quem quiser conhecer um pouco mais do projeto Humor em Quadrinhos, visite: http://humoremquadrinhos.blogspot.com/

domingo, 24 de maio de 2009

25 de Maio: Dia do Orgulho Nerd

Existe atualmente uma polêmica até que saudável em torno de ser “nerd” ou não.

Muita gente que curte quadrinhos, ficção científica e um monte de gadgets tecnológicos não gosta de ser chamada assim. Por quê?

Provavelmente porque este termo carrega uma carga pejorativa muito grande. A idéia de nerd ainda é a daquele cara sem vida social ou auto-estima, CDF e cheio de espinhas no rosto.

Acontece que o nerd atual é diferente. Muitos curtem quadrinhos com os filhos ou vão assistir a Star Trek com as namoradas.

No Carnaval deste ano, Papo de Quadrinho promoveu uma enquete: Quem gosta de quadrinhos gosta de Carnaval? Mais interessante que o resultado em si foi o debate bacana que isso provocou na comunidade do Orkut Mundo dos Super-Heróis.

Hoje em dia, parece, os nerds encontraram um termo que melhor define seus gostos: geek. Sem a carga negativa de antigamente, ser geek significa gostar de tudo aquilo de que os nerds gostam e também de carnaval, futebol, mulheres, tatuagens...

Nerds ou Geeks, como preferirem, também têm seu dia: 25 de maio. A data foi comemorada pela primeira vez na Espanha, em 2006, e é uma referência à estréia do clássico Star Wars, em 1977.

O canal por assinatura Multishow vem exibindo uma programação voltada para o assunto desde a semana passada em seus programas de linha. Hoje, vai exibir o documentário inédito Suck my Geek.

Para além de qualquer rótulo, o que importa para mim e, acredito, para a maioria dos leitores deste blog sobre quadrinhos, é a paixão que temos pela nona arte, desenhos animados, filmes de super-heróis, bonequinhos e afins.

Então, feliz Dia do Orguho Nerd para todos vocês!

Desenho do Batman homenageia seriado dos anos 60



The Brave and The Bold, nova animação do Homem-Morcego, vem surpreendendo cada vez mais.

Não é só a temática e o estilo que lembram um período nostálgico – que muita gente confunde com “infantil” – mas também o resgate de personagens daquele tempo, como Kamandi, Tigre de Bronze e Despero, só para citar algumas aparições.

O episódio 18, The Color of Revenge, exibido nos Estados Unidos na última sexta-feira (22), foi além e fez uma homenagem ao clássico seriado de TV estrelado por Adam West e Burt Ward.

No teaser, sequência de abertura que antecede a história principal, aparecem vários elementos daquele programa: o telefone vermelho, o busto de Shakespeare que abre a passagem secreta atrás da estante de livros, a escalada pela parede e o golpe em que Batman arremessa o menino prodígio contra o vilão. Até o estilo em que Robin é desenhado lembra o traço de Bob Kane (confira no clipe abaixo).

Só o Batmóvel ficou um pouco deslocado. Não sei por que, em vez de os produtores utilizarem o famoso Lincoln Futura da época optaram por um modelo mais antigo, o Chrysler 300C com asa na traseira e face de morcego do final dos anos 50. Talvez haja algum problema de direito autoral envolvido.

O vilão da vez também é um obscuro adversário de Batman criado nos anos 40: Crazy Quilt (se alguém souber o nome que ele recebeu no Brasil, me avise, please).

Resumindo: diversão garantida para os fãs do Homem-Morcego de todas as idades.

sábado, 23 de maio de 2009

Panini anuncia Buffy no Brasil

Sempre bem posicionada entre as HQs e encadernados mais vendidos nos Estados Unidos, as revistas da caça-vampiros finalmente vão aportar por aqui.

Segundo boletim divulgado pela Panini, chega em breve nas bancas uma minissérie em cinco edições da série original Buffy the Vampire Slayer: Season Eight, publicado originalmente pela Dark Horse em 2007.

Tudo indica que a mini da Panini vai reunir dois arcos: The Long Way Home, escrito pelo o criador da personagem, Joss Whedon, e No Future for You, de Brian K. Vaughan, ambos desenhados por Georges Jeanty.

Eight Season funciona como uma sequência da última temporada do seriado de TV que lançou Buffy. No Brasil, a personagem apareceu na edição especial Angel, lançada da Mythos em 2001.

A exemplo do que aconteceu recentemente com Sonja, é sempre bom quando a Panini oferece a seus leitores algo além do eixo Marvel/DC.

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Mundo dos Super-Heróis #16 tem dossiê do Wolverine

Na onda da estréia do filme X-Men Origins: Wolverine, a publicação bimestral da Editora Europa chega às bancas com uma matéria de 24 páginas trazendo as diversas fases do herói mutante, amores, inimigos, aliados, aparições em outras mídias, bizarrices e uma lista de 10 HQs imperdíveis. Esta edição ainda presenteia os leitores com um pôster frente e verso do Wolverine.

A seção De A a Z deste número, escrita por mim, apresenta detalhes de um dos personagens mais cultuados dos quadrinhos, Sandman. Neste número, a estréia da seção Papo de Quadrinho, com a reprodução de notas publicadas neste blog.

Peneira Pop analisa o novo filme do Wolverine, traz notícias do mundo dos quadrinhos e lançamentos.

Outras matérias desta edição:

Criador: Barry Windsor-Smith
RetrôTV: Família Ultra
Herói clássico: Capitão Marvel
Fichado: Quadrinhos de Star Trek
Procurado: o vilão Duas Caras
Heróis BR: Rodolfo Zalla
Action-Figures: a clássica série de super-heróis da Guliver e a cobertura da Feira Nacional de Brinquedos (Abrin)
Artista da capa: os bastidores da criação de Caio Cacau
Clássicos da Era de Ouro: Dr. Oculto, dos mesmos criadores do Superman
Catacumba do Fran: a versão em quadrinhos da série Planeta dos Macacos

Mundo dos Super-Heróis #16 vem ainda com uma entrevista do artista brasileiro Joe Prado e abre espaço para a arte e os comentários dos leitores.

A revista tem 100 páginas, custa R$ 14,90 e já está nas bancas das capitais do Rio e São Paulo. Nas demais regiões, chega em julho. Mas se você não quiser esperar, pode comprar ou fazer uma assinatura pelo site www.europanet.com.br/superheroi ou telefones 0800 55 7667 ou (11) 3038-5050. Com sorte, dá para pegar uma promoção com descontos de até 50%.

Para ver uma prévia digital da revista, visite www.europanet.com.br/superheroi.

As HQs mais vendidas em abril

Nos Estados Unidos, claro, porque aqui no Brasil as editoras não divulgam seus números...

Então vamos lá: depois de um longo período, a DC finalmente volta a encabeçar a lista das HQs mais vendidas não com um, mas com dois títulos.

O campeão do mês é Detective Comics #853, com a segunda parte da história “What Happened to the Caped Crusade”, escrita por Neil Gaiman e relacionada ao recente desaparecimento do Homem-Morcego.

A segunda colocada na lista é o primeiro número da mini Flash: Rebirth, em que o escritor Geoff Johns traz de volta da morte o velocista escarlate da Era de Prata.


A DC lidera também no ranking das graphic novels e encadernados mais vendidos em abril com Watchmen.

Apesar desta aparente volta por cima da editora do Superman, ela empata com a Marvel em número de títulos entre os 10 mais vendidos, cinco para cada uma. E, como vem acontecendo há anos, a Casa das Idéias continua dominando o mercado em termos de exemplares (40,2% contra 28,4% da DC) e em faturamento (39,8% contra 27,8% da DC).

Veja a lista das 10 HQs mais vendidas em abril nos Estados Unidos:

Detective Comics #853
Flash Rebirth #1
Wolverine Weapon X #1
Dark Avengers #4
New Avengers #52
Batman Battle For The Cowl #2
Hulk #11
Justice Society Of America #26
Green Lantern #39
Thor #601

quinta-feira, 21 de maio de 2009

A polêmica de "Dez na Área..."

Foi uma trapalhada sem tamanho. E quem pagou o pato? Os quadrinhos, claro!

Para quem não vem acompanhando a polêmica em torno de Dez na Área, Um na Banheira e Ninguém no Gol, um pequeno retrospecto:

O governo paulista adquiriu 1.216 exemplares desta HQ para distribuição a alunos da terceira série do ensino fundamental – na faixa de 9 anos de idade. Acontece que o livro lançado pela Via Lettera em 2002 não é indicado para esta faixa etária, tanto pelo teor das histórias quanto pela linguagem empregada. O erro foi percebido e as HQs recolhidas.

Mas o dano para a imagem dos quadrinhos já estava feito e, da forma como foi conduzido, pode representar um retrocesso no uso desta linguagem nas salas de aula e como ferramenta de educação e incentivo à leitura.

Houve, claramente, um erro de avaliação por parte de quem selecionou a obra. Em entrevistas, o governador José Serra garantiu que será aberta uma sindicância e que os responsáveis serão punidos. O resultado deve sair em 30 dias.

Tivesse o caso parado por aí, tudo bem. Só que a polêmica se espalhou como um rastilho de pólvora na mídia e, com raras exceções, limitada a informar que o governo distribuiu HQs “com palavrões” para os alunos da rede pública.

Ontem (20), o cartunista JAL, em nome da Associação dos Cartunistas do Brasil (ACB), emitiu nota chamando atenção para isto: “A Associação dos Cartunistas do Brasil, que vem participando por anos da luta pelo reconhecimento do autor brasileiro na área dos quadrinhos e humor gráfico, não pode deixar de dizer que as informações colocadas, dessa forma na mídia, podem depor contra um trabalho sério nas escolas de utilização de publicações de quadrinhos como ferramenta de incentivo à leitura e cultura nacional”.

Neste sentido, em nada ajudaram as declarações de José Serra. Ele admitiu o erro de seu governo em selecionar uma obra inadequada para a idade dos alunos, mas não se furtou a dividir a responsabilidade com os autores do livro. Entre outras coisas, chamou-o de “mau gosto”, “de conteúdo ruim” e “desagradável”. Enfim, nas palavras dele, “um horror”.

Em apenas um mês, Serra atacou dois dos meu vícios: o cigarro e os quadrinhos. Começo a colocar em cheque minha decisão de votar nele numa possível candidatura à presidência da República.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

5 Perguntas para Pedro de Luna

Publicitário, ilustrador e quadrinhista, Pedro de Luna mantém um blog de quadrinhos no site do Jornal do Brasil. Como profissional, já trabalhou para diversos clientes corporativos, realizou exposições e oficinas de quadrinhos, publicou tiras em jornais, teve trabalhos selecionados para salões de humor no País e recebeu prêmios.

Pedro de Luna responde as 5 Perguntas do Papo de Quadrinho desta semana:

1) Como surgiu a idéia de criar o blog para tratar de quadrinhos? Como você busca e seleciona as notícias que vai publicar?
Eu publiquei tiras do personagem Bzão por 2 anos no Caderno B do Jornal do Brasil. Nesse meio tempo, senti falta de um espaço no jornal para noticiar o que acontecia no meio e para provocar uma reflexão de artistas, editores, leitores etc. Aí solicitei ao editor que autorizasse a criação de um blog específico no JB Online. No final de 2008, a seção de tiras acabou no jornal impresso, mas o blog permanece até hoje, crescendo cada vez mais. Minhas fontes são variadas: lendo jornais, revistas, navegando pela internet, conversando com amigos. O diferencial do blog Quadrinhos, do JB, é que ele não se propõe a ser o "primeiro a postar" ou "o que tem mais conteúdo", e sim uma coluna de opinião que vai a fundo nos textos, não apenas um reprodutor de press-releases.

2) Que tipo de HQ você costuma acompanhar regularmente?
Minha preferência é e sempre foi pelo quadrinho europeu. Do lado americano, prefiro a HQ underground, discípulos de Crumb, Gilbert Shelton etc. Tenho acompanhado a HQ nacional, que está melhorando bastante, mas como eu prefiro o quadrinho de humor, pouca coisa tem me enchido os olhos. Mesmo nas revistas independentes e nos zines, pouca coisa tem graça. O que não é lógico pra mim, já que o Brasil é conhecido pelo humor, da TV à publicidade, por exemplo.

3) Como você avalia a situação atual dos quadrinhos americanos de super-heróis, com suas megassagas e crises. Você acredita que a crise verdadeira seja de criatividade?
Acredito que existem pessoas supercriativas pelo mundo todo; talvez haja mais falta de oportunidade mesmo. A quantidade de informações é tão grande que às vezes é difícil tomar conhecimento de coisas muito boas que estão à parte da grande indústria cultural. Por outro lado, a internet, a tv a cabo, essa facilidade de acesso à informação está deixando tudo muito parecido porque os artistas buscam referências em outros o tempo todo. Aí você consegue ter um status quo, um padrão comum, porém poucos trabalhos autorais, com personalidade, que não pareçam com alguma coisa que você já leu ou viu antes.

4) E a produção nacional de quadrinhos, você costuma acompanhar? Quais autores você acha que vêm se destacando?
Prefiro não citar um ou outro autor, mas acho que enquanto não se organizar pra reivindicar, a classe vai continuar a margem do mercado. HQ é algo muito diferente por que ao mesmo tempo faz parte e não faz tanto da indústria editorial, literária, industrial e das artes visuais. Ela se encaixa em tudo e ao mesmo tempo não é abraçada por nenhum segmento. Espero que a produção nacional cresça em quantidade, qualidade e, sobretudo, distribuição. As comic shops são fundamentais nesse sentido.

5) Você acaba de defender uma tese de MBA sobre As Tendências do Mercado de HQs no Brasil. Quais são as conclusões da sua pesquisa?
Foram muitas conclusões, Jota. Eu parti de uma possível comparação com o mercado da música. E algumas diferenças apareceram rápido. Os quadrinhistas ainda não usam todos os potenciais da web como os músicos. As bandas dão suas músicas de graça pra ganhar em shows. E os artistas, vão ganhar em quê? Palestras? Workshops? Turnês? Ficou claro também que é necessário o pessoal se engajar nessa luta pela reformulação da lei do direito autoral. Não digo aderir ao Creative Commons, mas acabar com essa história de contratos longos que cedem 100% do direito patrimonial pra empresa ou editora, por exemplo. Em breve colocarei a tese para download e gostaria que as pessoas lessem e refletissem a respeito. Descobri muita coisa importante e tendências para 2009, 2010, 2011...

Para acompanhar o blog de quadrinhos do Pedro de Luna, acesse: www.jblog.com.br/quadrinhos.php.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Image lança Olympus #1

Tá a fim de ler uma boa HQ de super-heróis fora do eixo Marvel/DC? Olympus, da Image, que estréia nas bancas americanas na próxima semana, parece ser uma boa pedida. Pena que é o tipo de título que raramente chega ao Brasil...

A série criada por Natham Edmondson e Christian Ward conta a história de dois irmãos da Grécia antiga que recebem de Zeus a graça de viver para sempre em troca de trabalhar para para ele.

A primeira edição mostra como, três mil anos depois (na nossa era) os gêmeos liberam acidentalmente um dos mais perigosos prisioneiros do Hades (o inferno grego) enquanto estão à caça de Grigori, um deus exilado.

É um bom mote. E a considerar as páginas que foram liberadas pela Image, a história tem ação, um visual bacana e, claro, elementos da mitologia grega, o que normalmente garante boas tramas. A conferir.

Homem-Aranha em edição limitada


A Piziitoys está trazendo para o Brasil uma estátua exclusiva e em edição limitada do Homem-Aranha. Produzida pela fabricante japonesa Kotobukiya, a imagem é feita de vinil e tem 45 cm de altura. Serão apenas 200 peças no País a um preço sugerido de R$ 299,00.

Três Dedos: Um Escândalo Animado chega ao Brasil

A premiada HQ de do cartunista e animador Rich Koslowski (Melhor Graphic Novel de 2002 do Ignatz) está sendo lançada pela GAL Editora com edição de Maurício Muniz, colaborador da revista Mundo dos Super-Heróis.

Misturando humor negro, drama e mistério, Três Dedos: Um Escândalo Animado parte da premissa de que nosso mundo é compartilhado por humanos e seres animados, estes últimos vivendo à margem da sociedade. Até que o jovem cineasta Dizzy Walters transforma o talentoso ator animado Rickey Rat no maior sucesso de Hollywood e ambos constroem um império milionário.

Então, começam os problemas...

Pela paródia de famosos personagens da animação, dá para sentir o clima desta HQ: Pernalouca, Engasguinho, Leon Rey e Patonildo, entre muitos outros.

Três Dedos: Um Escândalo Animado tem formato 21 x 26 cm, 144 páginas, capa colorida e miolo preto e branco. Chega às livrarias e comic shops a partir de 18 de maio e vai custar R$ 39,90. Pedidos também podem ser feitos pelo e-mail gal.editora@gmail.com ou pelo telefone (11) 4508-0325.

Para divulgar o lançamento, a GAL Editora produziu um trailer que você confere abaixo:

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Vale o investimento: Eu, Wolverine

De todos os especiais que a Panini programou para pegar rabeira na estréia do filme X-Men Origins: Wolverine, o encadernado Eu, Wolverine é, de longe, o melhor.

Se o mutante canadense goza de tanta popularidade nos dias de hoje, isto se deve, em grande parte, a esta minissérie produzida por Chris Claremont (roteiro) e Frank Miller (desenhos) em 1982.

É verdade que o personagem já vinha se destacando antes disso nas histórias dos X-Men escritas pelo próprio Claremont - era o auge do arco da Ninhada, um dos melhores da revista Uncanny X-Men até então.

No entanto, foi a partir desta mini que Wolverine ganhou uma profundidade e humanidade até então nunca exploradas. Se depois disso os roteiristas exacerbaram estas qualidades e transformaram o mutante no maior "arroz de festa" da Marvel, isso é outro problema!

Em Eu, Wolverine, o x-man viaja ao Japão atrás de sua amada Mariko Yashida, que fora obrigada a se casar com outro homem por dever de família. Chegando lá, ele é humilhado pelo pai de Mariko e enredado numa trama que quase lhe custa a vida. É a verdadeira jornada do herói, em que o personagem é retirado de sua zona de conforto e retorna transformado.

Tudo bem que esta pode ser considerada a fase áurea de Chris Claremont (Deus Ama, o Homem Mata é do mesmo ano), mas é evidente a participação de Miller no roteiro. Por outro lado, todos sabemos que como desenhista, Frank Miller é um ótimo roteirista. Nessa mini, porém, suas limitações artísticas foram corrigidas pela competente arte-final de Josef Rubinstein.

No final, o que fica são os enquandramentos inusitados, a narrativa fluida, o uso das silhuetas e as cenas de luta coreografadas - antecipando o que Miller faria pouco tempo depois em Ronin.

Eu, Wolverine chegou ao Brasil pela Ed. Abril em 1987 numa minissérie em quatro partes, ainda em formatinho e papel jornal. O lançamento da Panini resgata a importância desta HQ ao lhe dar o devido tratamento: formato americano, papel especial e capa dura. O encadernado traz, ainda, o desfecho da história - publicado originalmente na revista Uncanny X-Men #172 e 173 - com desenhos de Paul Smith.

Vale o investimento de R$ 26,90 de olhos fechados.

Star Trek: US$ 79 milhões no fim de semana

O valor refere-se à bilheteria americana. Como era de se esperar, a adaptação de J.J. Abrams para o seriado clássico dos anos 60 ocupou o primeiro lugar do ranking entre os dias 7 e 10 de maio.

Não sei se é justo comparar Star Trek com X-Men Origins Wolverine, mas vamos lá: o filme estrelado por Hugh Jackman teve um desempenho melhor no seu final de semana de estréia, US$ 87 milhões, e se mantém como a maior bilheteria no primeiro fim-de-semana em 2009.

Mesmo assim, o resultado não desapontou a Paramount. Somando os três dias úteis desta semana (11-13), a bilheteria americana bateu nos US$ 93 milhões. Ao redor do mundo, Star Trek também vai bem e já acumula US$ 42 milhões. Os números do Brasil ainda não está disponível.

Voltando a falar de Wolverine, o segundo final de semana do seu filme solo rendeu US$ 26 milhões nos Estados Unidos, uma queda considerada razoável.

Oficina gratuita de quadrinhos

As aulas acontecem a partir da próxima semana, dia 22, e se estendem por todas as sextas-feiras até o dia 12 de junho, sempre das 14h às 17h, na escola Arte São Paulo – Unidade Ana Rosa.

Quem ministra o curso são os editores da revista Subversos, Akira Sanoki e Alexandre Manoel. A grade engloba técnicas de roteiro, criação de personagem, composição e narrativa. Haverá exercícios práticos – individuais e coletivos – para criação de histórias em quadrinhos e, ao final do curso, as melhores poderão ser publicadas em Subversos #4.

A idade mínima para participar é 14 anos é não é exigido domínio das técnicas de desenho. São 18 vagas e as inscrições devem ser realizadas pessoalmente na própria escola.

Serviço :
Oficina de Histórias em Quadrinhos
Quando:
de 22 de maio a 12 de junho, das 14h às 17h
Onde: Escola Arte São Paulo – Unidade Ana Rosa (Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, 297 – São Paulo – a 200 metros do Metrô Ana Rosa)
Quanto: Gratuito
Informações: (11) 5571-7177

quarta-feira, 13 de maio de 2009

5 Perguntas para José Valcir

Editor da revista independente Prismarte e membro da Produtora de Artistas Associados (PADA), José Valcir desenha quadrinhos desde criança. Mas foi em 1985, ao reencontrar dois amigos – os irmãos Milson e Marco Martins – que ele passou a se dedicar à associação pernambucana que quer fazer a diferença no mercado de quadrinhos nacionais.

José Valcir responde as 5 Perguntas do Papo de Quadrinho desta semana:

1) Como nasceu a PADA e a Prismarte?
A PADA surgiu do sonho de dois irmãos, Marco e Milson Marins, partilhado com outros que deram formação a essa produtora que almejava conquistar o mercado nacional de quadrinhos. Chegamos a mandar até uma HQ completa, e original, para extinta Bloch. Até hoje nunca recebemos de volta a história e nem tampouco resposta. Todos, sem exceção, sofriam influência direta dos comics, mas uma carta de um dos nossos colaboradores e uma entrevista com Lailson de Holanda, renomado chargista daqui de Pernambuco, nos fez olhar diferente para o mercado. A PADA deixou os superseres de lado e enveredou em busca de uma identidade para os quadrinhos que até então queria produzir. Eis à razão do slogan: “Prismarte, uma nova maneira de ver quadrinhos”.
Como fomos à primeira equipe unida em um único objetivo, conseguimos lançar a revista Prismarte e fazer as duas primeiras exposições de quadrinhos de Pernambuco, nos anos de 1990 e 1991. Antes, o pessoal da geração de Lailson, estava mais preocupada em produzir para Grafipar ou Vecchi, copiando ora terror, ora “uésten”. Nós até hoje estamos abertos a novos colaboradores e sempre publicando alguém de fora. No seu surgimento, a PADA chegou até mais de 25 componentes. Atualmente estamos reduzidos a três. Eu, Milson Marins e Arnaldo Luiz. Contudo, estamos abertos à inserção de novos colaboradores para nosso quadro. Serviço não falta.


2) Muitos artistas independentes vêm publicando seus quadrinhos em fotologs ou sites especializados. Você acredita que a Internet vai substituir o fanzine?
Sinceramente, não sei dizer. Acredito que num futuro longínquo isso possa vir a acontecer. Nossa cultura é do papel. De poder manuseá-lo e sentir o aroma de novo. Ou cheiro de velho, mesmo. No momento, num país terceiro-mundista como o nosso, cujo analfabetismo, desemprego e custo de vida ainda é um mote para políticos fazerem de palanque com intuito de se elegerem, estamos longe de mudar essa realidade. Nesse momento.
Talvez essa juventude que está aí, no futuro, venha a mudá-lo. Um garoto que já nasce inserido numa realidade repleta de tecnologias como MP3, jogos digitais e comunidades on-line, talvez tenha outra visão sobre as coisas em volta de si. Assim como nossos conterrâneos, a Marvel e a DC já se inseriram nesse mercado de quadrinhos na rede mundial. Ainda como teste, mas devagarzinho a coisa vai mudando. Mas, mais adiante, o conceito de quadrinhos como conhecemos vai mudar, assim como Cassiopéia e Toy Story mudaram a animação. Essa é a tendência à qual as histórias em quadrinhos vão tomando forma, numa nova linguagem alcunhada pelo Edgar Franco: Hqtrônica. Quem sabe?

3) Algumas grandes editoras têm lançado obras originais ou adaptações literárias feitas por artistas brasileiros. Você acredita que isto seja uma mudança na forma como o mercado enxerga o quadrinho nacional?
Sim. Mas também uma retomada. Lembro que em dada época a Editora Brasil-América (EBAL) fez adaptações de obras literárias e vultos nacionais, com menos flexibilidade criativa. Hoje, o autor tem mais liberdade e está tratando o tema sem a rigidez culta. Ora, a linguagem dos quadrinhos é diferente de uma literatura, embora tenham em comum o texto. E eu vejo as histórias em quadrinhos como transição para os livros. Contudo, esse nicho de mercado está sendo receptivo e as editoras estão investindo mais e isso é muito bom. Precisamos fomentar os quadrinhos no Brasil e se isso implica fazer temas históricos ou abranja à Literatura, que seja. Tem que se começar por algum lugar a fim de trilhar outros caminhos.
O André Diniz, do “sítio” Nona Arte, falou da chegada da corte portuguesa ao Brasil. O sociólogo e professor Amaro Braga organizou e escreveu a história dos judeus em Recife, adaptação de um livro para os quadrinhos. Além disso, escreveu sobre os holandeses e a expulsão desses pelos índios, negros e portugueses, inserindo esse material nas escolas públicas e particulares. No
Maranhão, foi recentemente publicada a história desse estado. Até nós mesmos, da PADA, fomos convidados a participar de um projeto sobre o vulto pernambucano que livrou os países latino-americanos do jugo espanhol, o general Abreu e Lima. O presidente Hugo Chávez tem esse homem como grande herói do povo dele ao lado Simon Bolivar, enquanto eu e demais pernambucanos o desconhecíamos. Por outro lado, eu sei quem foi Billy The Kid. Irônico, não? Eu acredito que o mercado é propício a esse tipo de produto. Existe muita coisa aqui sendo produzida e não posso falar porque não são obras minhas. Mas acredito que será um material de primeira.

4) Quais são, na sua opinião, as maiores qualidades e os maiores defeitos da atual produção nacional de quadrinhos?
Para mim, a maior qualidade no cenário fanzinístico é manter acesa a chama pelas histórias em quadrinhos. Graças aos fanzines, muitas informações foram trocadas. Muita discussão política acerca do que a Editora Abril fazia com as histórias, as mortes e ressurreições de personagens, como a morte do Super-Homem (DC) e da Rê Bordosa, do Angeli, como forma de marketing. O uso de subliminar nos quadrinhos. Foi um período efervescente, criativo e inteligente. Títulos como Marca de Fantasia (depois se transformou em Nhô-Quim, Top!Top!), de Henrique Magalhães, Polítqua, de ZeCarlos Ribeiro, Psiu (e a série de Psiu Mudo, Deus, Eco-Lógico), de Edgard Guimarães, Barata, de Flávio Mário de Alcântara Calazans, Baloon de Quadrinhos, de Gonçalo Jr. e outros tantos. Minha formação quanto a produtor, pensador e editor de quadrinhos veio dessa época. Uma leitura crítica do que chegava às mãos. Algo que a Prismarte herdou: fazer algo compromissado, pensante e crítico.
Eu enxergo hoje esse meio muito mudado. Temos ainda dessa época o Henrique Magalhães, com a editora Marca de Fantasia, publicando muito material de qualidade e editando de uma forma mais profissional o Top!Top!. Um veículo pensante e antenado com quem já fez história e com que está surgindo. Um celeiro muitíssimo interessante de se conhecer. O Edgard Guimarães é outro que veio dessa fase e faz hoje o fanzine Quadrinhos Inteligentes – QI. Para sua seção de cartas, batizada de Fórum, convergem muitas cabeças pensantes e não me incomodo em dizer que é o coração desse veículo de comunicação. Pensante, vibrante e atuante. O QI divulga outros quadrinhos e possui textos inteligentíssimos. Vale a pena conhecer tanto o Top!Top! quanto o QI.
Não sei dizer se é defeito, mas vejo que a visão antes crítica foi substituída por vender. Chegar ao mercado. Ter um fanzine é um meio de divulgar o trabalho, de amadurecer o roteiro ou o traço e vender. A competitividade chegou ao meio, sim. E vejo isso como algo salutar. Não dar para ficar sonhando, mas deve-se fazer algo inteligente. A tecnologia permitiu sair do mimeógrafo para máquinas fotocopiadoras. Agora temos o computador que nos facilitar desenvolver trabalhos com resultados fantásticos - Mas a máquina não substitui o talento. E se autoeditarem, como nós, da PADA, e tantos outros autores distribuídos pelo Brasil afora.
Ainda há um público cativo que busca reproduzir o que se faz nos comics e mangás. Entretanto, assistimos a uma sutil mudança nos super-heróis tupiniquins. Eles não só estão enfrentando alienígenas como estão confrontando-se com traficantes de drogas, corrupção política. Estão mais próximos de um Brasil real. Isso é bom. Por outro lado, alguns desses artistas – na maioria desenhistas – sonham em trabalhar para uma Marvel ou DC da vida, pasteurizam o desenho e perdem sua própria identidade. Nada contra fazer quadrinho de exportação e a técnica de desenho deles é muito boa. Mas inserir-se nesse mercado não é fácil e parece que todo mundo desenha de um modo só. Poucos são aqueles que conseguem ousar. Agora, o que gosto de ver é essa gana que mantém viva a chama aos quadrinhos. Cada editor se autoproduzindo, expondo seus títulos e querendo ganhar espaço. Mas falta ainda se profissionalizarem. Entender que o leitor é um cliente e visto assim o tratamento será diferente, e o que fizer será em prol desse leitor. Conquistar espaço nas prateleiras das bancas e se confrontar com títulos já consagrados e romper com essa dependência de editora (embora não fosse ruim uma nos financiar), buscar meios de vendagem. O meio fanzinístico não é ruim, mas funciona para quem quer só se divertir e falar dos seus gostos pessoais. Agora, para quem busca ganhar dinheiro é o lugar errado de ficar. Aprender com quem tem experiência nesse meio é muito legal, trocar informação e se apresentar ao público. Entretanto, com a inserção da tecnologia ficou mais fácil editar uma revista. De dar um ótimo acabamento, mas isso sem um bom personagem, bom roteiro e bom desenho não vai longe. Tem que ter planejamento e organização e “1% de inteligência e 99% de muito suor”.


5) De que forma o poder público poderia contribuir para uma maior profissionalização do quadrinho brasileiro?
Vou requentar um assunto há muito esquecido, que é a lei de cota para os quadrinhos. Muita gente reclamou quando surgiu aquela proposta do deputado Simplício Mário. Nem sei se ainda ele é deputado e se o projeto de lei ainda existe, mas ali foi uma tentativa de fazer algo pelas histórias em quadrinhos. O autor em questão era (ou é) leitor de HQ e a proposta era muito interessante, onde faria com que as republicadoras, como uma Panini da vida, tivessem que publicar uma quantidade “x” de títulos nacionais. Isso forçaria o surgimento de uma indústria de fomentação e o público começaria a descobrir nossos autores vindos dos alternativos. Gente de muito talento buscando uma oportunidade. Claro que nem todos são tão bons assim, mas somente o tempo para lapidar e a crítica do leitor para moldar. Só que os leitores entenderam que seria imposição para comprar o quadrinho nacional, e coisa e tal. Caramba! Será que para sermos lidos e considerados bons por nossos conterrâneos teremos que desenhar a Mulher-Hulk, como Mike Deodato? Como disse o Edgar Franco, a quem entrevistei na Prismarte, eles contratam desenhistas e não roteiristas.
O governo está fazendo a parte dele, ou, pelo menos, tentando. Uma foi a cota para os quadrinhos, mas como nos anos sessenta, esse projeto foi para “gaveta”. Também temos a lei de incentivo à cultura. O Amaro Braga, ao lado de Danielly e Roberta Cirne, estão produzindo quadrinhos; Matheus Moura publicou o Toka di Rato, cujo número dois anda em produção; e o governo do Estado de São Paulo abriu um edital, convidando os quadrinhistas a trazer projeto para participar dessa lei de incentivo. E aí, o que falta mais fazer? Creio que agora somos nós que temos que arregaçar as mangas e trabalhar.
Livros - Submarino.com.br