segunda-feira, 25 de maio de 2009

5 Perguntas para Fernando dos Santos, editor do FERCOM!

Fernando dos Santos criou com os amigos o grupo Nossa Visão Quadrinhos há mais de dez anos. O fanzine homônimo lançado naquela época não vingou, mas o grupo continua na ativa até hoje e vem tocando um projeto de inclusão social, o Humor em Quadrinhos.

Com financiamento do programa VAI, da Prefeitura de São Paulo, o Humor em Quadrinhos realiza oficinas de HQ com jovens de regiões carentes e já gerou uma revista de estreia com distribuição gratuita.

Fernando é também editor do fanzine FERCOM!, que está na quinta edição. É ele quem responde as 5 Perguntas do Papo de Quadrinho desta semana:

1) Muito tem se falado, atualmente, da importância dos quadrinhos como ferramenta de educação. Você acredita que eles também podem se reverter numa ferramenta de inclusão social? De que forma?

Acredito que sim. Histórias em Quadrinhos, além um forma de expressão artística, são também uma forma de comunicação. Através da linguagem dos quadrinhos, é possível incentivar jovens autores a retratar seus pontos de vista do cotidiano, apontar problemas e soluções, críticas e comemorações, e compartilhar essas informações com a população. São centenas de possibilidades.

2) O que mais chamou sua atenção, com relação aos jovens e crianças, no desenvolvimento das oficinas do projeto Humor em Quadrinhos?
Ffoi o fato de haver muitos talentos escondidos que precisavam de uma chance para se mostrar. É só dar uma olhada na nossa edição especial. Nenhuma daquelas pessoas produziu HQs antes desse projeto e o resultado ficou muito bom de certa forma. Fico imaginando o potencial desperdiçado por falta de incentivos e políticas publicas eficazes.

3) Como vocês conseguiram o apoio do VAI, da Prefeitura de São Paulo? Tiveram algum tipo de assessoria jurídica? Qual o “caminho das pedras” para quem estiver interessado em buscar esse tipo de incentivo?
Tomamos conhecimento do programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI) da Secretaria Municipal de Cultura no final de 2007. Trata-se de uma lei municipal que patrocina projetos culturais de diversas categorias em varias regiões de São Paulo. Quem quiser, pode participar de uma espécie de curso, que a SMC oferece para ajudar os interessados a desenvolverem e redigirem seus projetos. Depois das inscrições, que geralmente ocorrem no inicio de cada ano, uma comissão designada pela SMC avalia os projetos e seleciona os mais relevantes. É possível obter mais informações no portal da Prefeitura de SP; é só procurar o link do VAI.

4) Os subsídios públicos limitam-se à etapa de produção de HQs, mas um dos maiores gargalos da produção independente é a distribuição. Você acredita que poderia haver mais incentivo nesta área também?
A questão da distribuição é muito complicada. Até aonde sei, esses subsídios não cobrem as etapas de logística relacionadas aos projetos que são contemplados, talvez porque os subsídios públicos aos quadrinhos sejam relativamente recentes e o item da “distribuição” ainda não foi analisada como se deveria. Quem sabe seja o caso das associações que representam os profissionais do ramo, como a AQC ou a ACB, sugerirem melhorias aos projetos de lei que atendem produções de quadrinhos.

5) Quais são os projetos atuais e em andamento do grupo Nossa Visão?
Acabamos de ser novamente contemplados pelo VAI, e iremos realizar uma nova oficina de HQs com esse recurso, além de produzir novas publicações de quadrinhos com trabalhos dos autores do projeto Humor em Quadrinhos.

Quem quiser conhecer um pouco mais do projeto Humor em Quadrinhos, visite: http://humoremquadrinhos.blogspot.com/

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